Que aspecto tinha a arca da aliança?

02/04/2015 22:59
De todos os utensílios do Tabernáculo, D'us ordenou que a arca fosse construída primeiro. Instruiu que sua construção precede até mesmo a próprio Tabernáculo.
 
A arca constava de três caixas abertas na parte superior; uma encaixava dentro da outra. A caixa menor era de ouro puro, e encaixava dentro de uma de madeira. A caixa de madeira encaixava dentro de uma caixa maior, que era feita de ouro. Desta maneira, a arca de madeira, era folheada a ouro por dentro e por fora, exatamente como D'us ordenara.
 
A caixa de ouro externa tinha um belo rebordo de ouro, semelhante a uma coroa. A arca onde as tábuas foram guardadas simbolizava a Torá, e os ornamentos representavam a Coroa do estudo da Torá.
 
O que a arca simbolizava
 
D'us conferiu ao povo judeu três "coroas" (posições de grandeza):
 
• A coroa da Torá, que era representada pela arca.
 
• A coroa do sacerdócio, que era representada pelo altar.
 
• A coroa da monarquia, que era representada pela mesa.
 
A coroa do estudo da Torá sobrepõe-se aos dois ofícios. Somente um judeu nascido numa família real ou sacerdotal é elegível para posições de monarquia ou sacerdotal. A oportunidade de se tornar um grande sábio de Torá, contudo, é acessível a qualquer um.
 
A arca também representava o estudioso de Torá.
 
As arcas interiores e exteriores eram de ouro, para indicar que os sentimentos íntimos de um estudioso de Torá devem coadunar-se com sua conduta externa. Pobre do estudante de Torá que porta a Torá em seus lábios, enquanto seu coração é desprovido de temor a D'us!
 
A santidade da arca e seus milagres
 
D'us fez muitos milagres em relação a arca. Aqui estão alguns:
 
• A arca com suas varas deveria ter realmente ocupado toda a área do Santo dos Santos, de parede a parede. Mas, quando o sumo-sacerdote ali entrava, havia espaço suficiente para que pudesse caminhar ao redor de toda a arca. A arca em si, milagrosamente, não ocupava nenhum espaço.
 
• Quando os levitas carregavam a arca não sentiam o menor peso sobre os ombros. Não apenas isso, mas a arca até os levantava e os transportava!
 
• D'us ordenou a Moshê que construísse uma segunda arca que sempre viajava adiante do povo de Israel durante os quarenta anos no deserto. Esta arca desprendia faíscas de fogo que matavam todas as serpentes venenosas e os escorpiões que apareciam no caminho.
 
As barras da arca
 
De ambos os lados da arca havia duas varas de madeira revestidas de ouro, que passavam por arcos e que possibilitavam o transporte da arca de um lugar a outro.
 
D'us deu uma ordem especial: as barras deveriam permanecer nos anéis o tempo todo. Não podiam ser removidos nunca, nem mesmo quando o povo judeu acampava. A eterna presença das hastes na arca simboliza o conceito de que a Torá não está vinculada à lugar algum. Onde quer que os judeus fossem, voluntariamente ou não, sua Torá também iria com eles, pois o meio de seu transporte está sempre atado à esta.
 
A cobertura da arca
 
A arca tinha uma coberta de ouro, chamada capôret. Era feita do mesmo bloco de ouro de que eram feitos os dois anjos, os keruvim.
 
Por que esta cobertura se chama capôret? Capôret deriva da palavra capará, expiação, indicando que este ouro expia pela transgressão do povo judeu de ter doado ouro para a construção do bezerro.
 
Os Keruvim - Os anjos de ouro
 
D'us ordenou a Moshê que pegasse uma grande pepita de ouro, e esculpisse tanto a cobertura da arca quanto os keruvim, anjos, que ficam sobre essa.
 
Os keruvim não eram esculpidos como elementos separados e então soldados a cobertura; mas emergiam da própria cobertura. Encaravam-se mutuamente, estendendo as asas sobre a arca.
 
Apesar de, maneira geral, ser proibido fazer estátuas, os keruvim eram exceção, uma vez que foram construídos sob uma ordem especial de D'us.
 
D'us anunciou a Moshê: "Minha Shechiná residirá entre os keruvim. Sempre que falar com você Minha voz emanará de lá."
 
Os keruvim nos dão uma lição sobre a proteção de D'us. A arca representa o estudo de Torá. D'us colocou anjos sobre a arca para demonstrar-nos que Seus anjos protegem aqueles que estudam a Torá.
 
As faces dos keruvim pareciam-se com a de duas crianças. Quando o povo judeu visitava o Templo Sagrado nas Festividades, a cortina divisória que cobria o Santo dos Santos ficava aberta. Podiam então ver os keruvim que se encontravam abraçados.
 
Dizia-se aos visitantes: "Vejam quão amados vocês são para o Todo-Poderoso!" Porém quando o povo de Israel não cumpria a vontade de D'us, as faces dos keruvim ficavam de costas uma para a outra.
 
O milagre dos keruvim que abraçavam-se mutuamente em sinal de aprovação Celestial, e viravam a face quando D'us ficava desgostoso com o povo judeu, provava ao povo a Providência Especial de D'us sobre eles. Esta visão, portanto, inspirava-os à teshuvá (arrependimento).
 
No momento da destruição do Templo Sagrado, quando os povos invadiram o Templo, encontraram, surpreendentemente, os keruvim abraçados um ao outro.
 
D'us estava, desta forma, demonstrando aos judeus que até a destruição foi motivada por Seu profundo amor por eles. Em Sua misericórdia, derramou Sua ira sobre paus e pedras, poupando assim o próprio povo da aniquilação.
 
Cada medida do Tabernáculo é importante
 
A Torá não somente descreve o Tabernáculo e seus objetos, mas também menciona o comprimento e largura de cada objeto.
 
A Torá enumera todas as medidas para nos ensinar que, já que todas as partes e objetos do Tabernáculo eram construídas exatamente segundo as medidas estipuladas por D'us, tinham uma santidade especial.
 
As medidas nos ensinam também várias lições importantes, por exemplo:
 
Todas as medidas da arca continham amot médias: o comprimento era de 2 1/2 amot, sua largura 1 1/2 amá, e a altura tinha 1 1/2 amá. Não tinha uma só medida de amot completa, enquanto que todos os demais objetos do Tabernáculo mediam amot completos.
 
A arca representa o estudioso de Torá. Um verdadeiro sábio nunca se orgulha de seus feitos, pois se sente incompleto; sabe que quanto mais estuda, tanto mais tem que estudar. Portanto, independentemente de quanta Torá tenha aprendido, é humilde. Para nos ensinar como deve comportar-se um erudito de Torá, D'us nos deu meias medidas para a arca, em sinal de que, mesmo depois de ter estudado muita Torá, estamos longe de conhecer a totalidade da Torá.